terça-feira, 22 de novembro de 2011

“Me achei com cara de guerreiro”, revela Gianecchini sobre raspar sua cabeça e câncer

O ator, que tem câncer no linfoma, fala sobre sua luta contra a doença, a morte de seu pai, espiritualidade e experiência de raspar a cabeça
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Em entrevista ao Fantástico com Patrícia Poeta (à direita da foto), o ator Reynaldo Gianecchini dá depoimento otimista sobre seu câncer no linfoma. O astro ainda fala sobre a morte de seu pai, sua conexão com o espiritismo e o momento em que raspou sua cabeça. Confira trechos da entrevista e as revelações do ator:

Fantástico: Eu lembro que dias atrás, antes de eu vir gravar essa entrevista com você, eu mandei uma mensagem para você no telefone, perguntando como é que você estava e você respondeu dizendo que estava em um momento de muita luz e muito entendimento. O que você quis dizer com isso?

Gianecchini: Tem sido um processo de muito entendimento. Desde que eu recebi a notícia da minha doença e todos os acontecimentos depois. O fato de eu ter um pai também com essa doença, que já estava antes de eu saber da minha. Então, quando você se depara com a questão da morte tão próxima, você começa a analisar o que você tem de concreto, que é o presente. Viver intensamente aquele presente.
Sobre a morte de seu pai, Reynaldo Cisoto, Gianecchini disse que não foi uma tragédia, pois teve uma despedida maravilhosa com o seu pai. “Teve um momento que ele ficou inconsciente, porque ele teve que tomar morfina. E aí todo mundo foi descansar e eu falei: ‘quero ficar com meu pai’. Senti muita vontade de falar com ele, que eu acredito que ele estava me ouvindo. Sabendo que era aquele momento que ele ia embora, eu comecei a cantar, comecei a beijar ele. Reafirmei todo meu amor, eu disse que eu ia cuidar da família”, contou o ator.

Fantástico: No início das sessões, você raspou a cabeça. Raspou porque quis ou sua médica aconselhou?

Gianecchini: Por duas coisas, primeiro porque eu acho um pouco deprimente aquela coisa de cabelo ficar caindo, segundo, porque eu acho mais prático também. Mas quando raspei, eu lembrei muito daquela cena que eu fiz. Eu fiz a novela com a Carolina Dieckmann, do Manoel Carlos, “Laços de família”, que a Carol raspava a cabeça, porque tinha leucemia. É muito maluco eu estar vivendo isso. No dia, a pessoa estava raspando a minha cabeça e eu só pensava nisso. Na ficção, eu estava chorando muito. E na minha vida real, eu me achei com cara de guerreiro. Um guerreiro mesmo.

Fantástico: Em nenhum momento, bateu uma tristeza, uma insegurança?

Gianecchini: Acho que teve. A gente tem todos esses momentinhos. Tem uma fase também que é meio barra pesada, mas, ao mesmo tempo, no próximo momento você começa a ver que está tudo tão bem. Aí é um momento que passa.

Fantástico: É verdade que você buscou ajuda espiritual, além da medicina tradicional, nesses últimos meses?

Gianecchini: É verdade. Na verdade, o meu pai estava muito em contato com amigos espíritas, que fazem essas curas espirituais. Não é nem ‘não deu certo, porque ele morreu’. Eu não acho que não deu certo. Meu pai entrou em contato com a espiritualidade dele, com o divino dele, e isso foi muito legal. Existem tratamentos no Brasil que eles chamam de cirurgias espirituais. Quem acredita nisso, são espíritos que são médicos que vêm e dão uma ajuda aqui para a gente na matéria e fazem uma operação espiritual.

Fantástico: Nessa cirurgia espiritual, você sentiu algum efeito?

Gianecchini: Fisicamente, eu não senti nada. Eu sinto muita força de uma energia muito boa, de uma corrente boa de amor, isso eu sinto o tempo todo.

Fantástico: Agora terminadas essas sessões de quimioterapia, você passa por um transplante. Como é que vai ser esse transplante?

Gianecchini: O autotransplante de medula óssea é feito para recuperar o sistema imunológico depois da quimioterapia. Primeiro, os médicos fazem uma biópsia da medula do paciente. Se ela não tiver células cancerígenas, uma porção é retirada e congelada. Em uma segunda etapa, uma quimioterapia ainda mais intensa destrói de vez os tumores e todas as células de defesa do organismo. Os médicos então reimplantam a medula óssea retirada e o corpo volta a produzir células saudáveis.

Fantástico: Quando isso vai acontecer?

Gianecchini: Em breve, em dezembro agora, mês que vem.

Fantástico: Quando você tiver vencido tudo isso, tiver passado pelo transplante, qual vai ser a primeira coisa que você vai querer fazer?

Gianecchini: Nossa! Eu não tinha pensado nisso. Me veio na mente entrar no mar. Eu tenho uma relação louca com o mar. Gosto muito e sinto falta.

Informações de Fantástico

FOTO: Zé Paulo Cardeal / Divulgação TV Globo

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